sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Breve comentário sobre a música no Brasil

Por Antonio Rodrigues 

Tantos são os artistas da música popular brasileira. Muitos têm uma importância destacada para o pensamento das pessoas por transmitirem em versos e notas musicais uma realidade muito nossa e que de costume preferimos (tristemente a maioria de nós) ignorá-la. Talvez por que seja muito real e nada romântica. 

E é sobre esse “romantismo” que a maioria dos músicos aparece no cenário artístico "comercializável". Muito embora tal aspecto se camufle em uma variedade de estilos espontâneos ele sempre aflora, e é o que mantém certos artistas em cena. Parece-me que mais vendem aqueles que conseguem fazer pairar sobre as cabeças do público o famoso “sol da toscana”.
Imagem do filme : "Sob o sol da Toscana", de Audrey Wells.
É o som que as massas ouvem nas músicas brasileiras. Não somente romântico pela poesia, não somente romântico pela benevolência do eu lírico e não somente romântico pela “feromoniótica” (ou exótica) paixão, mas também e principalmente pela sensação de fuga... De inércia... E de irresponsabilidade sobre a realidade. Confesso que isso possa ser prazeroso, mas não soa muito saudável. 

Indo ou vindo de encontro a essa característica dos sucessos nacionais temos músicos que também são reconhecidos, mas não tanto quanto. Nós os ouvimos por mais tempo e apreciamos sua mensagem e história. Com um estilo muito próprio conseguem conquistar aqueles que ao invés de se isentar do mundo querem sempre mais pôr os pés no chão. Ver diante dos olhos e de sua mente a “mundana” realidade dos homens. Eles conseguem dizer de uma forma um tanto harmônica e melódica que “você pode ficar com o troco quando comprarem sua alma” (poética minha para as músicas que falam do “capitalismo selvagem” como: “3ª do Plural” de Humberto Gessinger), e detêm uma musicalidade invejável.
Humberto Gessinger, o Engenheiro do Hawaii.
Pena que entre esses músicos alguns se rendam à bruta e desleal “lógica” burguesa. Quando isso acontece não mais é a música e seu significado que importam. E tudo vira romance. Pior ainda é quando alguns poucos desses começam a proliferar os sentimentos artificiais criados nos programas de TV. Algo como se autodestruir para bem viver ao menos nesses segundos da contagem regressiva (talvez seja isso o que pensam os tais). 

Mas apesar da inconstância de seus “profetas”, a música é soberana e um ou outro arranjo conquista a um ou outro bocado de pessoas, depende do que se quer falar com este ou aquele acorde. Além disso, se você ainda não ouviu aquela música de arrepiar ou mesmo que já a tenha ouvido você pode tentar produzi-la ou reproduzi-la. Essa é a melhor parte.

3 comentários:

  1. Muito bem, Antônio Rodrigues, muito bem mesmo! Continue escrevendo! :D

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  2. Excelente texto, é de contribuições assim que a grande maioria dos blogs mundo afora necessitam. Temos que produzir conhecimento, chega de ficar reproduzindo falsas "verdades". Abraço.

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  3. Caro amigo Antonio Rodrigues, bem vindo aqui ao Crônicas, o nosso projeto coletivo. Excelente o seu texto e sabedor de seu talento, lhe convidei para ele. Continue sobre música, filosofia, política, ciência, o que quiser!

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