sexta-feira, 7 de março de 2014

E a nave vai...


 Com o aumento dos carros populares temos notado uma cultura nada agradável de coisas bem bestiais. É comum termos proprietários de carros que os customizam com sons sofisticados (às vezes custam metade do preço do carro, o preço do carro ou o dobro do preço do carro) e invadirem os espaços públicos com músicas de péssimo gosto musical – há honrosas exceções é verdade; já vi em alguns lugares proprietários de carros ouvindo Titãs, Engenheiros, etc. E bem pior, ficam competindo entre si quem tem mais péssimo gosto musical de tal modo que nem os competidores e nem os transeuntes conseguem ouvir som nenhum, uma vez que a competição desenfreada de som atrapalha uns aos outros. A isso chamo de disseminação da imbecilidade. E a culminância... a nave vai pro buraco.

Ainda não é assim mas é bem mais, infelizmente!
 Não importa se o carro seja velho ou novo. Importa pra eles que tenha um som 'sofisticado' para disseminar o que nos empurra goela abaixo em se tratando de música, aspas. E pior, muita gente cabeça também acaba entrando na dança pois a influência faz com que eles queiram se aparelhar com a imbecilidade. Mas o carro e som são dos proprietários, o que tem de mal nisso? Nada. E mesmo por que não estou questionando sobre a propriedade do carro ou som. Mas vivemos uma comunidade diversa em tudo e é impressionante como a imbecilidade consegue ganhar terreno e massificar tudo em McDonald's e Fast-foods, ou seja, como consegue igualar a todos num terreno ridículo de imbecilidade como se fossem embalagens que nos empurram a seco goela a baixo.

"Tá me olhando assim por quê? Eu não tenho a ver com isso!"

E o direito do transeunte de não querer se igualar com a imbecilidade? De não ouvir besteira? E o direito do transeunte de ter silêncio? Por exemplo, nos espaços públicos tais como banhos e afins não se ouve som nenhum (e nem se tem silêncio) em vista de se aniquilarem entre si como que numa competição ridícula de som. Nos festejos de nossas localidades os passantes não ouvem mais o som do cara que “chama” o leilão. Nem ouve mais também o som do padre que está rezando a missa. Não ouvimos mais os ruídos peculiares das pessoas no movimento dos festejos. Não ouvimos mais a conversa daquelas pessoas na praça. Não podemos mais conversar com os amigos e pessoas em virtude dos sons horríveis que nos empurram de modo grosseiro. Mas não é só: ficamos “surdos” de tantos ouvir sons degradantes e poluentes. 
 
Colin Farrel desapontado com você que ouve besteira.
Mas eu não sou um ortodoxo que quer impor também um gosto a ninguém. Só proponho que se diversifique as coisas tal qual eu sou diferente de você e um gato é diferente de um cachorro. Proponho que se ouça de tudo, mas que não se “imbecilize” os gostos e perturbem o silêncio das pessoas.

Por Valdecir Ximenes

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