terça-feira, 14 de janeiro de 2014

PALAVRAS DE UM HUMILDE MENTIROSO...


Por Marcos Souza.

Mas não assim...
Meu título de mentiroso, minha maluquez, minha insensibilidade e meu espírito infantil, levaram-me a tentar escrever esses humildes traços. Apenas tentar, e não se impressionem se eu não escrever algo de valor, até porque, nunca fui bom em organizar códigos alfabéticos e infelizmente não esperem muito de mim, ainda estou aprendendo a compor (um processo muito árduo que vai exigir muito de minha frágil mente). É bem verdade que não posso dizer muito nesses traços simples, até porque sou mentiroso, louco, insensível e criança, afinal, o que se pode esperar de um indivíduo com essas características?

A beleza da vida se resume em simples ações, uma delas é ter o prazer de não poder escolher as pessoas queridas que moldam nossa vida, isso é fascinante. Portanto, devido ao movimento caótico das pessoas, muitas destas aparecem de surpresa em nosso caminho, e é com isso que o Homem passa a ter uma melhor compreensão do seu viver, ou seja, muitas das pessoas que cruzam nosso caminho influenciam em nosso crescimento, outras em nossa falência, algumas se tornam fixas em nossa mente como os mecanismos adaptativos dos seres vivos. E se esses indivíduos chegam a nós de forma inesperada, também há grande probabilidade de irem sem muito motivos, de imediato também, na virada de uma noite, até mesmo por um simples olhar ou devido uma palavra pronunciada em momento inadequado. Isso é o encontrar e desencontrar dos corpos na natureza, a dança de nossa existência escrita em uma linguagem poética a qual todos podem ter acesso, mas poucos sabem ler.

É neste movimento caótico das pessoas, que o homem aprende algo novo, reaprende; cria; seleciona; deseja; ignora; compartilha; chora; ri; sente; duvida; confirma; se torna cético; crente; e acima de tudo, desaprende e se o Homem realiza todos esses processos, perde as heranças das gerações domesticadas, como bem nos ensina Jack London. Mais esses atos só são realizados porque todos eles são necessários a nossa formação, ao nosso desenvolvimento, a nossa sobrevivência, ou seja, tudo isso são exigências da própria vida. Felizmente, tudo isso contribui para a evolução do nosso pensamento. É o despertar da águia em busca de novos horizontes a serem contemplados.

Aqui, queria vos dizer o que poucos sabem: a vida é uma belíssima cena, mas felizmente não nos permitem ensaios como as da TV. Portanto, não confundam novela com vida real, esta, na maioria das vezes é misteriosa, fantasiosa, mas acima de tudo, complexa e maravilhosa. Assim, vocês (nós) podem a qualquer momento serem atores ou platéia, coadjuvantes ou personagens, ou seja, podem a qualquer momento entrarem em cena, serem aplaudidos, xingados etc. A vida exige muito de nossa capacidade de criar e improvisar. Em todos os momentos, o Homem realiza este ato com frequência: criamos nossa maneira de ser (pelo menos tentamos); criamos nossas paixões; nossos amores; criamos pessoas inesquecíveis; amigos; heróis; companheiros; ou seja, criamos pessoas em quem confiar; em quem se inspirar; criam-se o desejo de conhecer; criam-se sonhos – apesar de muitos não estarem ao nosso alcance, mas criamos; criam-se ideologias; preconceitos; deuses e todos os conceitos que nos cercam. Tudo isso só é possível porque fazemos parte da mais bela e perversa raça, capaz de elaborar pensamento e analisar dados. Mais é isso que torna a vida fascinante e complexa, ou seja, as mais engenhosas criações humanas nos levam a elaborar as mais belas e profundas reflexões, por isso, questione, evolua e se adapte. Questionem seus próprios questionamentos, talvez assim o Homem possa ter uma maior compreensão sobre o existente e o inexistente. 

Se a vida é uma cena, as cortinas podem se abrir a qualquer momento, mas elas podem também não se abrirem. Por isso, quando tiver oportunidade sinta profundamente; fale só quando necessário e ouça sempre; viva o hoje, deixe o passado aos historiadores e o futuro aos ficcionistas; beije intensamente; sinta prazer; seja carinhoso (a), misterioso (a); seduza; conheça; escreva; brinque; diga oi; se lambuze; se apaixone; reaprenda; ame a quem mereça seu amor, divirta com os outros; deseje; lute; toque seu corpo; ouça o som da natureza; leia é com isso que construímos nossa loucura; discuta; reflita; duvide; quebre tabus; ouça o som do silêncio, ele nos dirá muito; seja cético; não creia, pois segundo Robert Heinlein, isso nos obstrui a aprendizagem; chore; inspire; seja inspirador (a); tente aprender sem errar; seja simples, mas complexo (a); seja feliz; crie e recrie amigos; ande de bicicleta; tenha tempo pra você e para os outros; sinta o cheiro de uma flor; gaste dinheiro para se satisfazer; ajude alguém quando possível; cante; encante; se encante; olhe nos olhos de alguém – isso lhe conduz a uma grande verdade; sorrir é sempre bom, não deixe de realizar esse ato mesmo quando as oportunidades lhe escaparem; converse; acredite em suas sensações e não nos outros, escute músicas etc. Algum paradoxo nisso tudo?

Tudo isso é requisito para criarmos nossa sorte, moldar o nosso destino e criar nossa verdadeira história em que seja contada por nós e não pelos donos do poder. Se tudo isso lhe parecer apenas grandes mentiras organizadas, conscientizem de que um ‘grande mentiroso’ sempre usa profundas verdades para tornar suas mentiras mais reais; E para os que me rotulam de criança, parem e analisem o quanto uma criança é curiosa, sempre faz perguntas simples, mas complexas, ou bobas. Portanto, permaneça criança mesmo se a morte demorar a vir. Questione (m)!

Cresçam, evoluem e transmutem, façam isso com seus corpos, mais em especial com suas mentes. Quero que saibam que mesmo envelhecendo permaneço profundamente criança e “adoro contar mentiras”, mas entre estas, se esconde muitas verdades. Cabe à cada sábia mente questionar minhas verdades ou seriam minhas mentiras? Reconhecer as pessoas que nos fazem crescer é uma característica humanamente humana. E para aqueles que desejam uma transmutação maior, que o hoje seja apenas um elo entre o conhecer e o não conhecer, entre o aprender e o desaprender.

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