por Valdecir Ximenes
É DIFÍCIL se
emancipar de correntes ideológicas que os outros nos impõem. Por
exemplo, vivemos uma sociedade formada, na sua maioria, por pessoas
mesquinhas e hipócritas que nos querem idiotas para que sejamos
servos obedientes a eles. Conheço pessoas que querem pousar de
deuses mas são ligeiramente frustrados nas suas expectativas e
ofuscados por pessoas que são humildes e muito mais brilhantes do
que eles.
"Se ajoelha e me adora" |
Quando eu era moleque e
depois adolescente, me vendo estudando com afinco e tendo (um pouco de) dedicação
nos estudos, lembro que alguns aqui do Boqueirão queriam derrubar a
mim e a outros que estudavam pra que eles continuassem sendo as
“estrelas” da comunidade. Não por que eles estudavam, mas por
que eram economicamente dominantes na localidade. Acredito que eles
pensavam que: “Logo mais esses caras não nos serão mais submissos
e o nosso glamour cairá por terra”. Com isso, eles inventavam toda
pecha infamante para tentar nos “nocautear” e “manchar” a
figura de quem a gente eventualmente se espelhava.
Não lembro as vezes em
que alguns daqui tentavam manipular com mensagens sacanas do tipo:
“olha, fulano estudou demais e ficou louco”. Ou “Ei macho,
dizem que quem estuda demais vira gay/lésbica”, uma tentativa
carregada de preconceito como se “virar” gay fosse uma punição
aterrorizante em si. Ou ainda “estudar é perda de tempo, pois não
tem emprego não”. Como se a gente estudasse visando unicamente
algum emprego, e não cultura, conhecimento, sabedoria, liberdade,
visão de mundo, etc. E depois, tentavam impor a pecha aos gurus que
nos emancipavam como: “aquilo é um abestado” e coisas do tipo.
A culpa é do livro |
Era tudo jogo de
“marketing” para sua dominância. Tinham poder econômico, mas
não o conhecimento para “casar” os dois lado a lado e prosperar.
Eram bajulados por que alguns oprimidos sempre estendem o tapete
para o opressor. Em tempos de FHC, somente eles tinham algum poder
econômico e ditavam as regras e relações de trabalho na
comunidade. Hoje, nos governos petistas, existe mais igualdade
social, por que existe mais distribuição de renda, e ficam com
saudades de seus tempos de glória e supremacia.
No geral, uma coisa é
bem certa. Se eu tiver um carro popular e você não tiver um é bem
provável que você me inveje, me admire, me bajule pelo carro que
tenho. E é bem provável que eu tente por todos os meios fazer (ou deseje) com que
você não tenha um carro popular para que sempre me inveje, me
admire, etc. Era o que acontecia aqui. Mas as coisas mudam e se
revertem ciclicamente! Tinham interesse em serem bajulados e adulados
e tinham prazer sádico de oprimir os economicamente inferiores e
fazer deles massa de manobra social, econômica e política, uma vez
que esses “inferiores” votavam em que eles ditavam.
Em termos econômicos
(apenas!), mas não como antes, ainda continuam com uma parte do
assento no panteão. Mas só. Hoje a moçada pensa politicamente e
tem uma certa influência para apontar caminhos mais livres de
intenções mesquinhas. Eles fingem consideração e respeito por que
sabem (e veem que) respeitamos e consideramos. Sabem que somos livres e andamos pelas
próprias pernas. Abrimos caminhos que eles tentavam a todo custo
manter fechados, ou no máximo, abriam veredas para passarmos como
eles quisessem.
Esse é o gigante: petrificado e adormecido...um puto! |
É cumpádi, conseguir/conquistar
liberdade é difícil, mas nós fazemos um esforço grande contra
os “gigantes” que são somente uns putos!
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