Se existe objeto nesse mundo que crie o interesse e desejos mais
inóculos de um homem é a calcinha. Nada de carros ou relógios, casas ou
barcos. A obsessão pelo item é inconsciente. Desde pequenos aprendemos
que meninos e meninas são primordialmente diferentes porque temos a
salsicha e vocês o pão. E o inusitado, até certa idade, desperta a
curiosidade que leva à busca que leva ao admirável mundo sexual e suas
milhares e deliciosas conotações.
Descobrimos também que o cofre que protege e conforta o que foi criado para encubar nosso símbolo de virilidade é versátil: tem renda, cores, texturas, tamanhos, formatos e até aromas diferentes.
As mulheres têm lá suas preferências. Fio dental, bege confortável,
branca sexy. Outras preferem não usar, o que causa um certo choque na
comunidade masculina heterossexual moderna. Postivamente e
negativamente. Isso porque a calcinha tem uma mística ou mágica. Ver uma
mulher sem calcinha não tem o mesmo efeito de vê-la tirar a peça. Ou
então, de tirarmos.
Essa é a representação mais nua de que o sexo vai acontecer. E
convenhamos que, quando escolhida de maneira correta e na ocasião certa,
a calcinha dá a uma mulher beleza maior do que se ela estivesse
totalmente pelada. Seja ela alta, baixa, gorda, magra, branca ou preta.
Não à toa, brotam lojas de lingerie pelo mundo. Não à toa, surgiu
Victoria’s Secret, a maior de todas essas. Do desejo de um homem em ver
sua mulher usando calcinhas bonitas e sexy. E tirá-las logo depois. É
quando o “tire minha calcinha” soa como orgasmo.
Wando, todo mundo sabe, inventou a calcinha |
A própria palavra calcinha parece não ter pudores. Questão social,
associada ao aparelho psíquico, o id, ego e superego. Freud explica,
manja?
Quantas vezes, na época de colégio, ver a calcinha de uma menina não
era o auge da sexualidade de um garoto de 9, 10 anos. Quantas músicas
não citam calcinha? Lembram daquela: “brincava de trepar na goiabeira só
pra ver calcinha” ? E se eu disser o nome Wando, o que vem à mente?
Pois é, somos loucos por calcinhas. Não tem como não reparar, por baixo
da saia. Marcando a roupa. Jogada no chão do quarto, pendurada no varal.
Vocês se sentem poderosas em um par de saltos. Para nós, não existe poder maior do que uma mulher só de calcinha.
Sua gostosa.
* Bruno Acioli
é jornalista, corredor e cosplay do Paulinho Vilhena. É obrigado a
cozinhar sempre que o miojo acaba e adora discutir a guerra dos sexos.
Ele escreve no A Melhor das Intenções.
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