quinta-feira, 24 de abril de 2014

Ainda sobre Desescolarização | O que penso

Sou um profundo crente no poder da educação. E sou um resoluto admirador dessa capacidade que a educação tem de transformar o mundo. Mas quanto à escola tal qual a temos e conhecemos, com sua característica burocrática, tecnocrata e formadora de pessoas alheias a sua condição de pessoa que tem a capacidade e o poder de transformar o mundo, aí eu não sou nem um pouco fã. E todos sabem que a escola e educação não são a mesma coisa.

 Esse vídeo do Pink Floyd pode representar somente uma crítica a escola autoritária inglesa mas também é uma proposta de desescolarização

A escola é um local amado por uns e odiado por outros, e por segundos e terceiros nem tanto. Não faz diferença a escola e a falta dela pra alguns. A escola pode inclusive ser o lugar mais chato e tedioso do mundo e o é se deixarmos. Apesar (felizmente) de termos professores (e os outros profissionais da educação) competentes, bem-intencionados e comprometidos com a educação e a emancipação dos seus alunos (e principalmente de seus estudantes – aqueles ávidos por conhecimento e cultura), a escola caminha a passos de tartaruga. E isso desde muito bem tempo. E pelo andar da carruagem, vai continuar andando, mas não a passos de tartaruga, e sim a passos de lesma ou preguiça.

A escola, quer dizer, a preguiça caminhando...

Mas acredito na capacidade e criatividade humanas. Muita gente acredita e eu sou um desses ferrenhos que acredita em todos nós. Acredito mesmo no poder criativo humano e é isso que impulsiona os que ainda acreditam na educação (ou mesmo na escola), mas fundamentalmente na educação que abre portas para nós adquirirmos conhecimento, cultura, cidadania, ciência e artes. Entendermos e fazermos música. Criarmos e inventarmos, etc. Isso nos move.

Pois bem. Mas por que a desescolarização. A escola tal como a conhecemos é uma prisão. Ou pelo menos se parece em muito com uma. Mas no geral, a escola institucionalizada e burocrática é uma castradora de sonhos, de talento, de ânimos.

Trabalho em escolas a um bom tempo. Acredito na capacidade de cada um de meus alunos e alunas. A escola é o meu ganha-pão. Não preciso dizer que acredito na educação como peça basilar da construção e manutenção da civilização. Já disse isso. Mas a escola, meu amigo, é outros quinhentos. Vejo que a escola (falo desta escola institucionalizada) é mesmo um tiro no pé. Ou um tiro pela culatra. Apesar de ela ter o presente e o futuro de nossa nação que são os alunos e estudantes.

Pois bem de novo. Não concordo parcialmente que a escola seja terminantemente acabada, destruída como propõem os pensadores da desescolarização. Mas sim mudada radicalmente. Devemos dar-lhe o brilho necessário para que ela seja a feitora da educação que nos muda.

Mas por que dizer que a escola é castradora de seus meu companheiro? Por que é, pura e simplesmente. Conheci amigos talentosos que passaram pela escola junto comigo. Tinha talento para desenhos, para cinema, para teatro, para música (instrumentos) e a mesma escola nunca os descobriu ou não se interessou em fazê-lo. Passaram batido. Eram (e são) pessoas que se dado a devida atenção seriam hoje cartunistas, desenhistas, cantores, instrumentistas se a escola fosse o lugar que se propõe ser. Ou seriam cineastas como Steve Spielberg.
Talvez não. Mas talvez sim!
Ok, talvez nem tanto, mas convém acreditar que sim. Então, o que a escola oferece? Ela oferece cinema, música, arte, cultura, já que ela não nos insere nisso? Ela não dá. Ela tira, entendeu meu chapa?! Ela oferece professores e outros profissionais mal pagos, mal reconhecidos e outros cansados, desanimados e aflitos. E tantos que deviam estar fazendo qualquer outra coisa (se a escola funcionasse), menos estar dando aulas!

Enfim, a discussão não se esgota e eu mesmo vou estudar guitarra. O Slash, que odiava a escola, vai se ver comigo e minha Tagima. Ah, vai!

Eu começando, mas no Baixo (O Slash não mas o Duff...)!
Pois bem novamente e fim. E ponto.


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