Por Valdecir Ximenes
“se
fosse fácil achar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho não
seria ruim” (Engenheiros do Hawaii)
A
educação perde a cada dia mais professores. Saem da escola, prestam
concurso para áreas diversas (bancos, instituições estaduais, ou
federais), vão trabalhar autonomamente, mas não assumem a escola. E
a culpa não é de todo dos governantes. Muitas pessoas com alto
nível de competência fazem licenciaturas mas quase sempre abandonam
o professorado. Por vários motivos. Falta valorização dos
professores, salários melhores, assistência dos dirigentes, mais
espaços estruturados para melhor se trabalhar. Muitas outras vezes o
pessoal tem ambições “maiores” - a sociedade estimula bastante-
querem ser médicos, advogados, engenheiros, dentistas. Outros vão
fazer mestrado para serem cientistas/pesquisadores (e daí seguem até
o doutorado) ou para serem professores de ensino superior ou para
serem técnicos. Ainda existe e muito essas ambições, algumas delas
ligeiramente louváveis, outras nem tanto!
A
educação é a pedra angular de construção de uma melhor
sociedade. Para se atingir níveis de excelência em ensino, ciência
e tecnologia, há que se investir pesadamente em educação. É até
clichê falar, mas nunca é repetitivo dizer: educação é a chave.
O resto vem como consequência!
A
culpa da má educação é do governo federal, dizem muitos
acorrentados mentalmente! Em aspectos, sim. A culpa mesmo é da
sociedade como um todo: empresários, pessoas comuns, padres,
pastores, os políticos, os militares, enfim, todo mundo! Não se
pode culpar unicamente este ou aquele governo local, estadual ou
federal.
Para
todos os efeitos a educação no Brasil melhorou significativa nos
últimos anos. Mas do que verdadeiro e honesto afirmar isso, as
estatísticas falam por si. Mas não é somente por isso. Hoje os
professores que estão no ensino, são em sua maioria, graduados ou
graduandos. O que já é um grande passo fundamental. Há destinos de
dinheiro público unicamente para a educação. Os salários dos
professores estão, mesmo que timidamente, melhorando. Existem carros
e mais carros para transportar alunos. Há livros para os dois níveis
básicos de educação (fundamental e médio). As escolas estão
sendo melhoradas. Há na maioria das escolas, computadores conectados
a internet para pesquisas e etc!
Mas
quando se estar em sala de aula ainda enfrentamos muitos percalços.
Alunos desmotivados, a maioria. Pouca assistência e apoio aos
professores, que muitas vezes ficam como Daniel na Cova do Leões. Ou
seja, perdidos, acuados e confrontados. Acomodação quase que
involuntária por parte de quase todos os professores. Não por que
eles queiram tal acomodação, mas por imposição. Muitos trabalham
dois turnos ou mais e daí não terem tempo para muita coisa de modo
que ficam impossibilitados para estudarem/lerem e se atualizarem. O
pouco tempo que lhes restam é apenas para se dedicarem a esposas
(os), companheiros (as), namorados (as) ou para os filhos. Enfim, é
uma via de mão única!
Por
outro lado há alunos realmente talentosos em nossas escolas. Alunos
motivados, interessados. Alunos cuidadosos com suas responsabilidades
quanto a estudantes e não somente quanto a serem alunos. Estudantes
dignos de estudar, quando no ensino superior, em centros de
excelência educacional tais como ITA, USP, UFC, etc. Por que são
alunos com potencial para serem os melhores em seus estudos. Mas
esses alunos ficam que nem cordeiros entre os lobos, ficam
impossibilitados de desenvolverem-se ao máximo, pois pelo efeito
dominó que o matemático russo Andrei Toom se refere, os
desinteressados acabam afetando os interessados.
Em
todo caso, há que se dizer que um bom professor faz muita diferença
na vida educacional de um bom aluno. Um bom professor aponta
claramente o caminho das pedras a todos. Mas a ânsia pelo
conhecimento, pelo saber tem que partir dos próprios alunos. O
Matemático e Físico italiano Galileu Galilei nos garantiu que
ninguém ensina nada a ninguém, apenas ensinamos todos a aprender
por conta própria, o que dado a autoridade de Galileu, é mais do
que verdadeiro. Uma turma de bons alunos é que faz um bom professor.
Um professor competente se interessa por seus alunos. Zela por eles,
os defende, os motiva, os provoca para que busquem mais e mais.
Muito apropriado, meu caro. Nossa sociedade parece está na "puberdade". Há um confronto entre os objetivos da educação escolar e a própria! Nós estudamos para adquirir conhecimento e como consequência ter algum valor social reconhecido. Tal valor não parece pertencer aos que são a "gênesis" do processo. E nesse momento de conflito as aparências prevalecem!
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