Pavão
Mysteriozo é famoso um romance popular da literatura de cordel
nordestina, feito na Paraíba, e que mesmo após questionamentos de
quem seja sua autoria, é uma obra prima da literatura popular. Os
seus versos principiam assim:
“Eu vou
contar uma história
De um pavão misterioso
Que levantou vôo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso”
De um pavão misterioso
Que levantou vôo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso”
E segue de
forma bonita e envolvente.
O cantor e
compositor cearense Ednardo, da turma do Pessoal do Ceará, que conta
com artistas de peso tais como Fagner, Belchior, Rodger Rogério, Fausto Nilo
entre outros, resolveu fazer uma música justamente com o título
Pavão Mysteriozo, do seu álbum de estreia de 1974, hoje uma referência na música popular
brasileira, um hino da liberdade e da diversificação da música,
uma vez que o som que embala a mesma é uma mistura de vários
ritmos. Aqui está trechos desse hino:
“Pavão
misterioso
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar...
Pássaro formoso
Tudo é mistério
Nesse teu voar
Ai se eu corresse assim
Tantos céus assim
Muita história
Eu tinha prá contar...
Pavão misterioso
Nessa cauda
Aberta em leque
Me guarda moleque
De eterno brincar
Me poupa do vexame
De morrer tão moço
Muita coisa ainda
Quero olhar...”
Nessa cauda
Aberta em leque
Me guarda moleque
De eterno brincar
Me poupa do vexame
De morrer tão moço
Muita coisa ainda
Quero olhar...”
Ednardo, assim talvez como Belchior, é
desconhecido no cenário musical brasileiro mas é muito seguido/admirado/curtido por
fãs cearenses e nacionais, pois o mesmo encabeçou (foi um dos líderes) o movimento do
Pessoal do Ceará. Este movimento foi iniciado na década de 70 e
teve uma importância crucial para a música brasileira. E
fundamentalmente cearense. Enfim, no site Almanaque Brasil diz
melhor:
“Em comum,
todos eram jovens e ligados às artes, principalmente à música.
Também coincidia serem cearenses ou viverem no Ceará e ansiarem por
mudanças na cena cultural do início dos anos 1970.
Destacavam-se nomes como Ednardo, Raimundo Fagner, Fausto Nilo, Belchior, Augusto Pontes. Essa junção de tanta gente boa ainda não estava batizada. Um locutor de uma rádio paulistana, porém, os anunciou como Pessoal do Ceará. E foi dessa forma que aquela agitação cultural entrou para a história.
O movimento iniciou-se entre estudantes da Universidade Federal do Ceará, então centro das discussões intelectuais de Fortaleza. Os jovens ouviam de forró a bossa nova, Tropicália e Beatles. Essa mistura de influências começou a resultar em sons nunca ouvidos no lugar. Tudo com letras inspiradas, que reproduziam o anseio por mudanças estéticas”.
Destacavam-se nomes como Ednardo, Raimundo Fagner, Fausto Nilo, Belchior, Augusto Pontes. Essa junção de tanta gente boa ainda não estava batizada. Um locutor de uma rádio paulistana, porém, os anunciou como Pessoal do Ceará. E foi dessa forma que aquela agitação cultural entrou para a história.
O movimento iniciou-se entre estudantes da Universidade Federal do Ceará, então centro das discussões intelectuais de Fortaleza. Os jovens ouviam de forró a bossa nova, Tropicália e Beatles. Essa mistura de influências começou a resultar em sons nunca ouvidos no lugar. Tudo com letras inspiradas, que reproduziam o anseio por mudanças estéticas”.
O site
ainda continua:
“Um dos
marcos foi o lançamento, em 1973, do disco Meu Corpo Minha
Embalagem Todo Gasto na Viagem, que recebeu como subtítulo
Pessoal do Ceará. Nas vozes de Ednardo, Rodger Rogério e
Teti, o disco apresentava uma pequena revolução cultural.
Surgiam harmonicamente maracatus, toadas, sertanejos, rocks e canções psicodélicas de vários compositores locais. “Nosso trabalho foi todo feito com o mesmo amor e carinho como se tecem os lindos bordados que esta capa estampa”, apresentava o texto do disco. A música Terral resumia o movimento: Eu sou do luxo da aldeia / Eu sou do Ceará.”
Surgiam harmonicamente maracatus, toadas, sertanejos, rocks e canções psicodélicas de vários compositores locais. “Nosso trabalho foi todo feito com o mesmo amor e carinho como se tecem os lindos bordados que esta capa estampa”, apresentava o texto do disco. A música Terral resumia o movimento: Eu sou do luxo da aldeia / Eu sou do Ceará.”
Mas se se
pergunta que é Ednardo ou Belchior, a maioria dos cearenses não
sabem de quem se trata, mas se se pergunta que quem o time do
Corinthians de São Paulo ou o Flamengo do Rio, a moçada
bestialmente sabe. Uma contradição tremenda. Devíamos antes
conhecer nossa cultura, nossa música, nos cantores e compositores e
só depois deveríamos torcer para um time lá de fora!
Aproveito e
curto até mais tarde o álbum de estreia do Ednardo até mais tarde,
O Romance do Pavão Mysteriozo, de 1974.
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