Ela
acordou com raiva da vida. Com raiva dos amigos. Da família. Com raiva de tudo
e de todos. Mas principalmente com raiva dele. Pra inteirar, todo mundo acorda
de mau-humor por qualquer coisinha boba. Mas na noite anterior, tinha deixado
dezenas de mensagens no whatsapp, todas visualizadas e nenhuma ao menos
respondida. O que estava aprontando aquele sem-vergonha de quem ela gostava pacas?
E mais gritante: ver as mensagens dela chamando e nem responder a uma sequer.
Ela não o perdoaria por isso.
Ela talvez não goste de Love hurts e tudo bem! |
Era
domingo. Ela levantou, escovou os dentes, fez café e foi ouvir algum rock de
seu deleite. Talvez Bon Jovi, mas não se sabe. E ficou lembrando do grande amor
da vida dela – com raiva, mas amando-o como sempre – mas não perderia tempo sem
ouvir sua música predileta.
Mais
tarde ele ligou. Ela não atendeu logo de pronto. Com o dia passando ela tinha
pensado o motivo deveras importante dele não tê-la respondido a noite. Ele
ligou de novo e de novo e de novo. Ela mais tarde atendeu e começou a pedir
milhares de explicações: com quem estava, como estava e por que estava. E mais
ainda; por que não a tinha respondido as mensagens no whatsapp. E ele –
apaixonado e paciente – começou a explicar em miúdos cada pergunta
minuciosamente perguntada e igualmente prontamente respondidas. Ao menos ele
tentava.
Love hurts - o amor fere!
Tudo
ela tinha entendido e aceitado. Menos quando ele disse que tinha passado a
noite bebendo alguma coisa – talvez vinho – e pensado muito nela. E quando ele
disse que a noite toda ouvira Love Hurts do Nazareth. Uma, duas, n vezes.
Repetidas vezes.
Uma
afronta pra ela. Ela não gostava de Love Hurts, apesar de gostar sobremaneira
do Nazareth. Por que o amor fere mesmo.
Talvez
o amor seja apenas uma mentira mesmo. Uma brincadeira. Uma brincadeira boba e sem
sentido!
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