Entrei
para o “colegiado” dos professores este ano e não posso
quantificar o quanto eu tenho tido satisfação por estar sendo
professor. Obviamente toda vida, depois que tomei ciência e
consciência das coisas, eu fui um observador critico e engajado na
luta pela educação e em consequência, pelos direitos dos
profissionais da educação, quais sejam, professores, diretores,
quadro pessoal das escolas. Via de regra, também fiz questionamentos
e mantive minha posição perante as lutas essenciais do movimento
estudantil.
Mas
coisas estranhas me ocorreram depois que passei a ser professor. De
repente, em vez de mim considerarem mais um para se somar e
fortalecer a luta da “irmandade” dos professores, alguns dos
mesmos, que outrora se mostravam “amigos”, agora viraram
“inimigos” pessoais. Por exemplo, um carismático professor de
matemática, que foi meu professor de tal disciplina (prefiro
chama-la de ARTE), de quem admiro com extremo respeito, uma vez que o
mesmo me ensinou matemática com genuínos entusiamo e competência,
que demonstrava muita amizade e gentileza, agora me ignora
completamente. De onde quero pensar, embora de maneira não
deliberada, que era apenas demagogia política, visto que até onde
sei, o mesmo sempre fez “politica” nos bastidores.
“Santa
dor de cotovelo”, diriam alguns. Seguramente não teria necessidade
de eu dizer isso aqui, mas considero ser um ponto de reflexão para
pensarmos as eventuais amizades mais distantes e uma vez mais
analisarmos a amizade decorrente da relação professor-aluno. Se ela
é realmente sólida e verdadeira. Ou se terá terceiras intenções
envolvidas, como quase sempre há. E considerando que o tempo passa
bem depressa, se a amizade persiste até aqueles nossos alunos se
tornarem também nossos colegas de profissão.
De
resto, ser professor tem vantagens e desvantagens como qualquer outra
profissão. Há mais vantagens do que desvantagens, certamente. Mas
uma desvantagem grande é “perder” eventuais amizades de seus
ex-professores, seguramente!
Valdecir
Ximenes, professor de Matemática (7° a 9° ano), na Escola São
José, Mota.
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